sexta-feira, 1 de julho de 2011

infânciaa '

Entre a inocência da infância e a compostura da maturidade,há uma deliciosa criatura chamada criança. Embora se apresentem em tamanho, pesos e cores sortidos, todas as crianças tem o mesmo credo: aproveitar cada minuto de todas as horas de todos os dias e protestar ruidosamente..
Em meu caso ,o barulho sempre me serviu como arma até o ultimo momento em que me empacotavam e me colocavam na cama . Rosto sujo, corte no dedo, chiclete no cabelo, rã no bolso, esse era o cenário em que eu me encontrava praticamente todo santo dia, e você acha que eu me importava? nana nina não !
Quando meus pais estavam ocupados eu permanecia sempre com uma conversa fiada, intrometida e amolante, sem falar que eu costumava 'modificar' algumas palavras, fôdo ,fudão e fudete , nãooo , não pense besteira era apenas fogo , fogão e foguete respectivamente.. Sem contar no meu 1° dia de aula que em praça publica eu gritava desesperadamente : FODA mamãe , FODA mamãe , e minha mãe coitada : Foda o que Carol ? - FODA o papato que ta apetado ! eu não tava nem ai pra o que os outros estavam achando do meu tal ' foda' , eu só queria que folgasse meu sapato , era isso que me interessava nessa hora..
E quando meus pais desejavam que eu causasse boa impressão, meu cérebro virava uma geleia e eu me transformava numa criatura sádica e selvagem empenhada em destruir o mundo ao meu redor.. 
Apetite de um cavalo, energia de uma bomba atômica ,curiosidade de um gato, pulmões de um ditador, retraimento de uma violeta, entusiasmo de um bombeiro..  e quando eu me metia a fazer alguma coisa é como se eu tivesse cinco polegares em cada mão. :D
Sorvete, canivete, serrote, pedaços de pau, bichos grandes, terra para fazer bolinhos, meus pais, sábados, domingos e feriados e mangueiras d'água, isso sempre me interessou, mas não era muito achegada à escola, livros sem figuras, lições difíceis, colarinhos, barbeiros, agasalhos, adultos e principalmente o tal "hora de dormir". 
 Ninguém se divertia tanto com árvores, cachorros e mosquitos, ninguém era capaz de colocar num só bolso: um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, um metro e meio de barbante, um saco plástico, dois chicletes, três moedas, um estilingue e fragmentos de substância não identificada. 
 Mas, quando, à noite meus pais chegavam em casa com suas esperanças e seus sonhos reduzidos a pedaços, eu possuia a magia de uni-los num segundo, pronunciando duas simples palavras: "alô papai, alô mamãe"...

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